Cuidado: esses 4 maus hábitos podem acabar com sua autoconfiança

A linguagem que você usa e as histórias que conta a si mesmo podem estar sabotando sua segurança

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Stephanie Vozza 4 minutos de leitura

Conquistar e manter a autoconfiança não é nada fácil. Até mesmo as pessoas mais bem-sucedidas enfrentam a famigerada síndrome do impostor, duvidando de si mesmas, acreditando que não são boas o suficiente e que é apenas uma questão de tempo até que sejam desmascaradas.

Embora seja normal sentir uma onda de nervosismo ou mesmo ter dúvidas quando você está diante de uma nova situação, alguns de seus hábitos diários podem estar jogando lenha na fogueira da autossabotagem, diz Selena Rezvani, autora de Quick Confidence: Be Authentic, Create Connections and Make Bold Bets On Yourself (“Autoconfiança rápida: seja autêntico, crie conexões e aposte alto em si mesmo”, em tradução livre).

“Ficar preso à zona de conforto ou subestimar seu valor prejudica sua confiança”, ela alerta. “Mas é possível falar e agir com mais ousadia e não deixar que suas inseguranças falem por você.” Rezvani diz que há quatro hábitos que você precisa abandonar o quanto antes se quiser se tornar uma versão mais confiante de si mesmo. 

Crédito: Fast Company Brasil

1. Se expressar mal e de modo hesitante ou mal articulado 

O que você diz e como você diz importa. Usar uma linguagem “pobre” pode prejudicar sua confiança. Isso pode se manifestar de algumas maneiras diferentes.

A primeira é quando expressamos pensamentos incompletos e usamos fragmentos de palavras. “A pessoa fica com medo de deixar claro o seu ponto de vista e, por isso, interrompe as frases sem concluir a ideia. Também é comum atropelar os assuntos e continuar falando um pouco demais, dando explicações desnecessárias.”, diz ela.

Se você tem uma ideia firme ou uma sugestão clara em mente, não precisa pedir permissão toda hora para falar.

Ser rápido demais em ceder a palavra é outra maneira de diminuir o status da sua fala. Em uma reunião, por exemplo, você pode dizer: “Tudo bem, pode falar, eu não sou especialista nisso”. “Isso é um problema porque revela insegurança de assumir a responsabilidade ou a tomada de decisões, o que não ajuda a sua própria confiança”, analisa Rezvani.

Outro mau hábito é pedir permissão demais antes de tomar a palavra. “Se você tem uma ideia firme ou uma sugestão clara em mente do que deseja fazer, não precisa necessariamente pedir permissão toda hora.”.

Por exemplo, em vez de dizer: “será que todo mundo concorda em nos encontrarmos novamente na terça-feira?” diga: "sugiro que nos encontremos novamente na terça-feira para examinar os itens em aberto". “Quando você se expressa dessa forma, as pessoas sabem que você está seguro do que diz”, garante Rezvani.

2. Comparar-se com os outros

A comparação é um verdadeiro ladrão da nossa energia e também prejudica demais a autoconfiança.

Quando você fica com medo de expressar suas ideias, ninguém sai ganhando.

“Temos uma tendência de nos comparar com pessoas que têm mais influência, maior salário, melhor preparo físico e que são boas justamente no que não somos. Ao fazer esse tipo de comparação, é natural se sentir desanimado e desmotivado. Afinal, está deixando de olhar para as qualidades e dons que você provavelmente também tem.” 

Entender como aquela pessoa chegou aonde está pode ajudar. Ela pode ter mais experiência de vida ou ter trabalhado por mais tempo para desenvolver suas habilidades. “É possível admirar a beleza, o sucesso ou a determinação de outra pessoa sem fazer uma avaliação que te coloque para baixo”, diz Rezvani.

3. Sempre baixar a cabeça 

A maioria foi ensinada a ceder à autoridade dos adultos quando era criança. Infelizmente, isso pode afetar a confiança no trabalho, fazendo com que a gente meta os pés pelas mãos quando estamos conversando com o chefe ou outra pessoa em posição de liderança.

A comparação é um verdadeiro ladrão da nossa energia e também prejudica demais a autoconfiança.

Rezvani encoraja que você reivindique seu lugar na conversa, mudando sua mentalidade para falar com a pessoa, não com uma imagem de poder. “Em vez de falar com 'Rachel, a CEO', fale com 'Rachel, a pessoa'. O ser humano que está sentado aqui, na minha frente. Que, assim como eu, provavelmente queria dormir 10 minutinhos a mais hoje '. Interagir com o indivíduo e tratá-lo de modo singular é metade do caminho andado.”

Quando você fica com medo de expressar suas ideias, ninguém sai ganhando. “Os outros vão sair do encontro sem nada de memorável sobre você. Em lugar de ficar passivo, como um ouvinte, observador ou aluno, vá preparado para ser participante ativo.”

4, Presumir que o chefe sabe tudo sobre o seu trabalho

Embora o trabalho do seu chefe seja orientá-lo e saber o que você está fazendo, ele pode ter memória curta. “Os líderes têm tanto hiperfoco que, muitas vezes, não sabem o que você está fazendo agora, muito menos o que está fazendo com brilhantismo”, diz ela.

Relatar regularmente seus resultados positivos pode aumentar sua confiança. Por exemplo, você pode ter recebido feedback de um cliente satisfeito, ou de um cliente interno. Talvez você tenha criado um sistema mais eficiente ou conseguido uma receita ou negócio adicional. Rezvani sugere compartilhar essas informações em reuniões individuais com seu chefe.

Quando se trata de confiança, muitas vezes somos os nossos piores inimigos.  Preste atenção à sua linguagem e às histórias que você conta para si mesmo. Seu valor e o que você tem a oferecer são únicos. Ser confiante é uma força que só você pode desenvolver.


SOBRE A AUTORA

Stephanie Vozza escreve sobre produtividade e carreira na Fast Company. saiba mais