Otimismo (ou pessimismo) não nasce com a gente. Você pode escolher

Descubra algumas maneiras de cultivar uma forma mais positiva de pensar, segundo este autor

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Stephanie Vozza 4 minutos de leitura

Talvez você ache que o otimismo e o pessimismo são características de personalidade inatas. Só que, na verdade, a escolha de qual lado você vai ficar é só sua. Afinal, otimismo é importante.

Embora pareça algo estranho, Sumit Paul-Choudhury, autor de "The Bright Side: How Optimists Change the World and How You Can Be One" (O lado solar: como os otimistas mudam o mundo e como você pode ser um”, em tradução livre) decidiu conscientemente ser otimista após a morte de sua primeira esposa.

“No início, era humor negro. Eu dizia: 'as coisas estão realmente sombrias agora, mas decidi que elas vão melhorar, e vou agir como se elas fossem melhorar’”, conta.

Sem saber, Choudhury começou a fazer coisas que nutriam e canalizavam o otimismo, e funcionou. “Isso estava me levando a um futuro mais iluminado do que aquilo que eu tinha no momento”, diz ele.

“Percebi que sempre tinha sido otimista. Sempre tendi a presumir que as coisas iam dar certo para mim, mas pensava nisso como uma característica de personalidade que não significava muito. Cheguei à conclusão de que o otimismo é bastante poderoso na maneira como eu estava reagindo à minha situação.”

POR QUE O OTIMISMO É IMPORTANTE

Os seres humanos, assim como todo o reino animal, têm uma tendência inata ao otimismo. Choudhury afirma que existem argumentos evolutivos sobre por que o otimismo é importante. O mais convincente é que nem sempre temos as informações que precisamos.

“Precisamos de algo para nos impulsionar a agir”, explica. “Não fazer nada, do ponto de vista evolutivo, geralmente não leva ao sucesso. Agindo, você tem mais chances de encontrar soluções para seus problemas ou novas oportunidades.”

O otimismo é importante, mas, em excesso, pode ter efeitos negativos.

Existem diferentes níveis de otimismo, e as pessoas mais otimistas tendem a procurar ideias que mudem o mundo. “Os otimistas lidam melhor com contratempos. Eles costumam ser mais persistentes na busca de seus objetivos”, diz ele.

Os otimistas também têm influência social. “Você vai se cercar de pessoas que dizem que as coisas estão boas ou vão melhorar, em vez de gente que vai dizer o oposto. Isso significa que os otimistas também tendem a acumular um poder social e econômico considerável.”

A combinação de ter abertura para novas ideias, motivação para persegui-las e capacidade de atrair outros para sua causa resulta em uma fórmula perfeita para gerar mudanças, afirma Choudhury.

COMO SE TORNAR MAIS OTIMISTA

O otimismo é importante e pode ser aprendido. Um passo é observar como você encara o fracasso. Um otimista, por exemplo, explica o fracasso apontando fatores externos temporários, sem relação com suas próprias habilidades ou personalidade, e razões que provavelmente não se repetirão. Já um pessimista vai apontar sua própria habilidade e concluir que falhou antes mesmo de tentar.

Por exemplo, Choudhury foi reprovado no exame de direção e atribuiu o resultado ao temperamento rigoroso do examinador. Uma amiga também reprovou, mas adotou uma postura pessimista, acreditando que ela era uma péssima motorista.

Outra forma de cultivar o otimismo é praticando o exercício do "melhor eu possível". Passe 15 minutos por dia escrevendo sobre uma versão de você em um futuro no qual tudo deu certo. Depois, passe cinco minutos imaginando esse futuro. Choudhury percebeu que ele havia se deparado com essa estratégia durante seu período de luto.

Ele escrevia posts diários em seu blog, descrevendo um futuro melhor e tentando entender o que havia acontecido. “Todos eram motivados pelo desejo de entender quem eu poderia ser, agora que uma parte tão grande da minha vida, de repente, havia se tornado irrelevante”, explica ele.

O LADO NEGATIVO DO OTIMISMO

O otimismo é importante, mas, em excesso, pode ter efeitos negativos. Você pode se tornar confiante demais em relação a metas que não são alcançáveis, por exemplo. Ou pode escolher usar só as informações que mais lhe convém.

A autoconfiança também pode distorcer seu julgamento, porque está intimamente ligada ao impulso humano de focar nas informações que se alinham com a sua visão de mundo.

as pessoas mais otimistas tendem a procurar ideias que mudem o mundo.

“Você pode não perceber que as coisas não estão indo bem porque está ocupado demais procurando sinais que digam que tudo está indo bem”, diz Choudhury.

Ser otimista demais também pode levá-lo a escolher muitas metas, porque vê oportunidades em todo lugar. “Ou você não escolhe uma coisa para se concentrar ou tenta fazer muitas coisas ao mesmo tempo. Isso geralmente leva a uma incapacidade de gerenciar tudo ou qualquer uma dessas metas.”

Um nível saudável de otimismo pode melhorar sua vida. Uma vez que você se conscientiza de que é otimista, direcione esse otimismo para as coisas que você quer mudar. Ser capaz de sempre encontrar o lado positivo das coisas pode ser um refúgio bem-vindo quando a vida traz uma tempestade.


SOBRE A AUTORA

Stephanie Vozza escreve sobre produtividade e carreira na Fast Company. saiba mais