Anthropic adiciona busca a seu chatbot Claude – de um jeito bem esperto

O chatbot agora decide automaticamente quando consultar a internet, dependendo da pergunta do usuário

Crédito: Anthropic

Mark Sullivan 3 minutos de leitura

A Anthropic anunciou na semana passada que adicionou busca na web ao seu chatbot Claude. Apesar de não ser uma novidade no mundo da IA, a abordagem da empresa se destaca como uma das mais bem pensadas até agora.

Assim como o Perplexity, o Claude agora busca informações relevantes na internet para enriquecer suas respostas e inclui links para as fontes.

No momento, a busca na web está disponível como um “teste antecipado” para usuários dos EUA no modelo Claude 3.7 Sonnet, com planos de expansão para a versão gratuita e para outros países em breve.

O que diferencia essa funcionalidade no Claude é a automação. Diferente do ChatGPT (da OpenAI), que exige que o usuário ative a busca manualmente, o próprio Claude decide quando recorrer à internet para melhorar uma resposta.

“Nossa ideia é que você possa simplesmente perguntar algo ao Claude e ele faça o que for necessário para encontrar as informações certas, usando todas as fontes disponíveis”, explica Scott White, líder do desenvolvimento da versão web do Claude (Claude.ai). “A busca na web, quando ativada, está sempre funcionando, e o Claude decide quando faz sentido usá-la.”

Se o chatbot recebe uma pergunta sobre um tema recente, ele pode gerar uma resposta inicial baseada em seus dados de treinamento e, em seguida, avisar: “... mas deixe-me pesquisar para ver se há informações mais atualizadas.”

Isso é fundamental, pois, sem a busca na web, as respostas do Claude ficariam limitadas ao seu banco de dados, que só vai até outubro de 2024. Já o ChatGPT, com o modelo GPT-4o, tem um corte ainda mais antigo: junho de 2024.

Isso significa que, sem a busca ativada, o chatbot da OpenAI pode trazer informações desatualizadas. Se perguntado, por exemplo, quais bots possuem busca na web, ele pode citar o Bard, do Google, mesmo que o nome já tenha sido alterado para Gemini. Com a busca ativada, esses erros desaparecem.

Um porta-voz da OpenAI afirma que o ChatGPT já realiza buscas automáticas quando detecta a necessidade de informações recentes, como em perguntas do tipo: “quais são os melhores destinos de viagem para 2025?”. No entanto, como o exemplo anterior mostra, isso nem sempre acontece.

Além disso, segundo White, o Claude analisa os resultados da pesquisa antes de apresentar uma resposta final. “Às vezes, ele revisa as informações coletadas e se pergunta: ‘será que respondi à pergunta?’”, explica. “Se achar que não, ele pode fazer mais buscas para ter certeza. É como se estivesse conferindo seu próprio trabalho.”

USO DA INTELIGÊNCIA ARTIFICAL EM BUSCAS

A busca na web é uma ferramenta essencial para garantir respostas mais precisas e atualizadas. Ao automatizar esse processo, a Anthropic tira do usuário a responsabilidade de decidir quando uma pesquisa extra é necessária.

Além de tornar o Claude mais útil e confiável, essa mudança pode trazer impactos comerciais significativos. Cada vez mais, as pessoas usam o chatbot para pesquisar produtos. Referências feitas pelo Claude a sites de marcas podem se tornar uma importante fonte de receita para a empresa.

“A Anthropic está criando novas formas de interação que se encaixam no jeito que as pessoas já utilizam modelos de IA – e isso está funcionando”, afirma Jim Yu, CEO da plataforma de SEO e performance digital BrightEdge.

A busca na web é uma ferramenta essencial para garantir respostas mais precisas e atualizadas.

Segundo a empresa, os acessos a sites vindos do Claude aumentaram 82% em fevereiro, superando o ChatGPT, o Perplexity e outros concorrentes. “O Claude sempre ficou atrás nessa área, mas esse movimento pode colocá-lo de vez no jogo”, diz Yu.

No contexto dos chatbots, a busca na web serve para coletar rapidamente informações relevantes e responder a uma pergunta específica. Isso é diferente de ferramentas de pesquisa mais aprofundada, como o Deep Research, presente no assistente Gemini, do Google, e a ferramenta de mesmo nome da OpenAI, que seguem uma estratégia de busca mais ampla e personalizada.

A Anthropic ainda não oferece uma ferramenta de pesquisa aprofundada, mas isso pode ser questão de tempo. Incorporar informações da web nas respostas do Claude é um passo natural nessa direção.


SOBRE O AUTOR

Mark Sullivan é redator sênior da Fast Company e escreve sobre tecnologia emergente, política, inteligência artificial, grandes empres... saiba mais