Este pode ser um dos segredos para manter sua equipe mais engajada

Se você deseja trazer mais autenticidade para sua liderança, confira 5 dicas para colocar em prática

Um grupo de pessoas no trabalho juntando as mãos
Ao compartilhar incertezas e desafios, líderes humanizam sua imagem, aproximam-se de suas equipes e criam espaços mais seguros para que outros também se expressem. Créditos: Freepik.

Guynever Maropo 3 minutos de leitura

No best-seller A Coragem de Ser Imperfeito, a pesquisadora Brené Brown convida a repensar a relação com a vulnerabilidade. Longe de ser um sinal de fraqueza, como muitos ainda acreditam, ela defende que a vulnerabilidade é uma expressão de coragem, uma ferramenta poderosa para promover conexões verdadeiras, cultivar confiança e fomentar a inovação. Essa visão tem ganhado cada vez mais espaço entre líderes e executivos que estão aprendendo a equilibrar competência com humanidade no dia a dia corporativo.

Tradicionalmente, gerentes e executivos evitam demonstrar sentimentos mais sensíveis no ambiente de trabalho, por receio de parecerem frágeis ou inseguros. No entanto, lideranças que se permitem ser vulneráveis de forma consciente estão descobrindo um caminho mais profundo de conexão e influência junto às suas equipes.

Vulnerabilidade como força, não fraqueza

A experiência de se mostrar vulnerável pode parecer arriscada, mas, quando feita com intencionalidade, torna-se uma ferramenta poderosa. Ao compartilhar incertezas e desafios, líderes humanizam sua imagem, aproximam-se de suas equipes e criam espaços mais seguros para que outros também se expressem. Essa abertura gera confiança, empatia e pode até resolver conflitos com mais eficácia.

Nem toda vulnerabilidade é produtiva

Apesar dos benefícios, é preciso cuidado. Expressar vulnerabilidade de forma impulsiva, intensa ou desregulada pode ter um efeito oposto: pode sobrecarregar a equipe, causar ansiedade ou até levantar dúvidas sobre a competência da liderança.

Os líderes mais eficazes sabem equilibrar vulnerabilidade com responsabilidade. Eles reconhecem seus gatilhos emocionais, mantêm a autoconsciência e escolhem com cuidado quando e como se abrir. Esse equilíbrio entre autenticidade e bom senso é o que diferencia a vulnerabilidade corajosa da exposição prejudicial.

Como aplicar a vulnerabilidade no trabalho?
Se você deseja trazer mais autenticidade para sua liderança, aqui estão 5 dicas para colocar em prática:

1. Seja intencional:
Compartilhar vulnerabilidade não é o mesmo que desabafar. Avalie se sua fala tem um propósito construtivo, alinhado ao bem-estar da equipe. Pode ser útil dividir um desafio pessoal para incentivar a abertura ou expressar dúvidas para convidar contribuições e estimular a colaboração.

2. Estabeleça limites saudáveis:
Evite o compartilhamento excessivo. Uma boa regra é “compartilhar cicatrizes, não feridas”, ou seja, prefira falar de experiências que você já processou, em vez de problemas ainda em aberto. Isso protege você e evita que sua equipe se sinta responsável por seu bem-estar emocional.

3. Regule a intensidade:
Como alertou Simon Sinek, líderes precisam lembrar que “um sussurro pode soar como um grito”. Ou seja, sua preocupação pode ser percebida como pânico, e um comentário informal pode parecer uma ordem. Escolha palavras com cuidado e comunique-se com clareza e equilíbrio.

4. Experimente a vulnerabilidade positiva:
Nem toda vulnerabilidade vem da dor. Dizer a alguém que sua presença melhora as reuniões ou que sua fala mudou sua visão também é uma forma poderosa de conexão. Palavras sinceras de gratidão, reconhecimento e valorização criam laços fortes com leveza.

5. Compartilhe aprendizados:
Falar sobre momentos desafiadores que resultaram em crescimento mostra humildade e coragem. Compartilhar essas histórias inspira a equipe e mostra que errar e aprender faz parte do caminho da liderança.

Expressões autênticas e bem dosadas de vulnerabilidade podem transformar a forma como você lidera. Em um mundo corporativo cada vez mais voltado à performance, lembrar da nossa humanidade, e da dos outros, pode ser o diferencial que gera conexões verdadeiras, inovação e equipes mais engajadas.

Como diz Brené Brown, "a coragem começa com aparecer e deixar-se ser visto". E, talvez, essa seja a mais poderosa forma de liderança que temos à disposição.

Com informações de Hanna Hart via Fast Company.


SOBRE A AUTORA

Jornalista, pós-graduando em Marketing Digital, com experiência em jornalismo digital e impresso, além de produção e captação de conte... saiba mais