Definir o que você não quer é tão importante quanto saber o que quer

Por que as “antimetas” são tão importantes quanto as metas

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Stephanie Vozza 3 minutos de leitura

Cerca de três quartos dos trabalhadores dos EUA afirmam que, atualmente, "ser feliz" é o objetivo mais importante de sua experiência de trabalho. Os dados são do 21º Estudo Anual de Tendências de Benefícios para Funcionários dos EUA, feito pela MetLife.

Mas o que significa "ser feliz" para você? Estabelecer metas para se dedicar mais ao tipo de trabalho que você gosta é uma parte dessa equação, mas saber o que você não quer fazer também ajuda muito. 

"Definir uma antimeta é uma forma de individualizar a sua vida profissional e a tomada de decisões", explica Selena Rezvani, sócia da MetLife. "Faça uma análise do que não serve para você. Com isso, vai conseguir identificar rapidamente alguns dos padrões de frustração em que costuma incorrer e aquilo que prefere evitar."

COMO IDENTIFICAR O QUE VOCÊ NÃO QUER 

Rezvani sugere definir o tipo de dia que esgota sua energia para identificar suas antimetas. "Geralmente, as pessoas sabem claramente o que as deixa mais frustradas", diz ela. "Observe as experiências boas e ruins, usando o passado como referência. Nada é desperdiçado; as experiências negativas podem ajudar a criar seu próprio controle pessoal."

Além de recorrer ao passado, Courtney Harrison, diretora de recursos humanos da Auvik, fornecedora de software de gerenciamento de rede, sugere fazer uma avaliação psicológica com base científica que pode fornecer informações sobre o que naturalmente o motiva e incentiva. A partir daí, você pode evitar tudo o que está fazendo ao contrário.

Definir uma antimeta é uma forma de individualizar a sua vida profissional e a tomada de decisões.

"Mesmo se esses testes não tiverem uma seção que trate do que é desmotivante, dá para descobrir identificando o oposto de seus pontos fortes naturais", diz ela.

Por exemplo, se você gosta de regras, estrutura e diretrizes, provavelmente terá dificuldades e vai demorar a cumprir uma tarefa que lhe foi passada como uma "página em branco", sem orientações claras e com liberdade demais para que você mesmo resolva o problema.

Ao identificar e registrar o que não gosta de fazer, você pode projetar de forma proativa sua vida profissional, em vez de ficar no modo reativo e lidar com o que aparecer pela frente.

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Embora você possa manter em segredo sua lista de coisas que não quer fazer, Rezvani recomenda discuti-las com seu supervisor durante as avaliações de desempenho.

"Não precisa falar delas como 'antimetas', mas você pode falar sobre coisas que prefere evitar. Talvez seja um tipo de trabalho que aparenta trazer poucas oportunidades de crescimento. Definir isso para as outras pessoas faz muita diferença, porque vai ajudá-las a direcionar os tipos mais adequados de projetos para você."

As pessoas precisam de ferramentas para identificar seus pontos fortes e fracos para que possam alterar seu comportamento.

Harrison recomenda pedir ao seu gerente os recursos ou as adaptações necessárias para que você tenha sucesso. "Para alguns, isso pode significar dar a você mais autonomia e menos estrutura e, para outros, pode significar pedir mais detalhes e diretrizes", diz ela.

"Muitas vezes, quando empacamos nas etapas necessárias para atingir metas importantes, não é porque não estamos motivados pelo resultado, mas porque não estamos motivados pelo processo necessário para chegar lá."

POR QUE ISSO É IMPORTANTE

Definir o que você não quer não só ajudará a mantê-lo engajado, mas também preservará sua reputação. Por exemplo, se uma tarefa esgota sua energia, é natural que você a adie ou a evite. Harrison diz que adiar um trabalho muitas vezes pode ser mal interpretado como preguiça ou descuido, mas raramente isso é verdade.

Ao identificar e registrar o que não gosta de fazer, você pode projetar de forma proativa sua vida profissional.

"As pessoas precisam de ferramentas para identificar seus pontos fortes e fracos para que possam alterar seu comportamento e se adaptar melhor às suas tendências naturais", diz ela.

"Evitar totalmente as responsabilidades ou adiar as coisas até o último minuto pode ter um impacto negativo sobre os outros, especialmente se o trabalho que você está adiando fizer diferença no andamento do trabalho dos colegas." 

Identificar e expressar suas antimetas tem a ver com felicidade e realização, diz Rezvani. "Quando é você quem define como quer fazer seu trabalho, isso aumenta sua felicidade, sua satisfação e seu envolvimento. É importante focar nos seus objetivos, mas também é muito importante projetar organizar seu trabalho tendo em vista as coisas que você não quer fazer, de modo a não gastar seu tempo com elas."


SOBRE A AUTORA

Stephanie Vozza escreve sobre produtividade e carreira na Fast Company. saiba mais