Esqueça a crise, meia-idade é a melhor época para encarar novos desafios

Essa fase da vida pode ser a oportunidade perfeita para repensar seus planos e refletir sobre tudo o que você ainda quer conquistar

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Art Markman 3 minutos de leitura

Apesar de não ter uma definição exata, chamamos de “meia-idade” o período que vem antes de se considerar alguém oficialmente idoso. Hoje, uma pessoa de 40 anos no Brasil pode esperar viver, em média, mais 36,4 anos.

Com o aumento da expectativa de vida e a forma como passamos a ver a idade e a saúde, muita gente só é considerada “velha” depois dos 65. Ou seja, a meia-idade vai mais ou menos dos 45 até os 60 ou 65 anos.

E há excelentes motivos para você parar e reavaliar seus objetivos nessa etapa da vida. Na verdade, pode ser o momento ideal para fazer um balanço e pensar no que mais você gostaria de realizar.

AINDA HÁ UM LONGO CAMINHO PELA FRENTE

Quando você chega aos 50, é bem possível que ainda tenha mais 30 ou até 40 anos pela frente. Isso significa que, mesmo que o fim da estrada pareça próximo, ele ainda está longe.

Uma das coisas que fazem o tempo parecer voar é a repetição. Se seus dias são muito parecidos e você vem buscando alcançar os mesmos objetivos há décadas, é normal sentir que a vida está passando rápido demais, sem grandes marcos ou novidades.

Além disso, aquela vontade de pular da cama de manhã muitas vezes vem da empolgação com o que está por vir. E esse entusiasmo costuma estar ligado ao desejo de realizar algo novo, significativo. Reavaliar seus planos na meia-idade pode ser o empurrão que faltava para redescobrir esse senso de propósito.

SUAS RESPONSABILIDADES MUDARAM

Muitos dos nossos objetivos ao longo da vida são moldados pelas responsabilidades que assumimos. Entre os 30 e os 40 anos, elas costumam ser bem diferentes das que surgem mais tarde.

Se você tem filhos, por exemplo, grande parte do seu tempo e dinheiro vai para a criação deles – o que, muitas vezes, exige estabilidade no emprego e uma rotina mais rígida. Sem contar as tarefas do dia a dia, que consomem seu tempo antes e depois do trabalho.

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Mas, com o passar dos anos, essas responsabilidades tendem a diminuir. Os filhos crescem, as demandas mudam e você pode ter mais tempo livre e menos pressões financeiras. Isso abre espaço para pensar no que realmente quer fazer com a sua energia e quais resultados gostaria de alcançar.

Uma mudança importante é que, quando temos muitas obrigações a cumprir, nossos objetivos geralmente são voltados a evitar que algo dê errado – é uma postura mais defensiva. Mas, quando esse peso diminui, você tem liberdade para sonhar alto, buscar metas mais ambiciosas e alinhadas com o que deseja de verdade, mesmo que isso envolva algum risco.

SEUS VALORES TAMBÉM PODEM TER MUDADO

Uma das chaves para se sentir realizado na vida e no trabalho é ter metas que reflitam seus valores. Esses valores não mudam de uma hora para outra, eles vão evoluindo com o tempo.

Muitas vezes, escolhemos uma carreira com base nisso. Se você sempre valorizou a segurança, pode ter buscado uma profissão estável. Se buscava reconhecimento, talvez tenha priorizado cargos com visibilidade. E se seu objetivo era causar impacto, provavelmente escolheu uma carreira em que pudesse ajudar os outros.

A meia-idade pode ser o momento ideal para pensar no que mais você gostaria de realizar.

Agora pense: talvez, na juventude, você tenha dado prioridade a status e crescimento profissional. Pode ter buscado posições de destaque, liderança e reconhecimento.

Mas, ao chegar à meia-idade, é comum que esses valores mudem. Você pode começar a dar mais importância ao impacto que causa no mundo, por exemplo.

Se já conquistou uma certa estabilidade financeira, talvez seja hora de redefinir seus planos – quem sabe até considerar uma mudança de carreira ou se envolver com projetos que tenham mais a ver com seus valores de hoje, como uma ONG ou projeto social.

Com informações da Redação da Fast Company Brasil


SOBRE O AUTOR

Art Markman é PhD e professor de psicologia e marketing na Universidade do Texas e diretor-fundador do Programa nas Dimensões Humanas ... saiba mais