Em vez de ser “bonzinho”, siga essas 5 dicas
O exercício da boa cidadania no trabalho é um ingrediente-chave para o seu desempenho e ser considerado alguém agradável aumenta suas chances de sucesso
Oscar Wilde observou certa vez que “algumas pessoas levam a felicidade aonde vão, outras levam quando não vão.” A diferença entre esses dois tipos de pessoas reside basicamente em seus traços psicológicos, que incluem estabilidade emocional, inteligência emocional, habilidades sociais, simpatia e bons modos.
Fatores contextuais, como a cultura da empresa onde ela trabalha, a dinâmica da equipe e o comportamento das outras pessoas também são importantes. É por isso que o mesmo indivíduo pode se comportar bem em alguns ambientes, mas ser tóxico em outros.
Infelizmente, porém, nem sempre somos recompensados por sermos “bonzinhos”. Em seu brilhante e recém-lançado livro "7 Rules of Power: Surprising – but True – Advice on How to Get Things Done and Advance Your Career" (7 regras do poder: surpreendents – mas verdadeiros – conselhos sobre como conseguir fazer as coisas e progredir na carreira), Jeffrey Pfeffer observa que cordialidade e gentileza frequentemente são interpretadas como sinais de fraqueza – principalmente se você ainda não provou sua competência.
Para piorar as coisas, indivíduos narcisistas e psicopatas muitas vezes chegam ao topo das hierarquias corporativas tirando vantagem da honestidade e integridade de outras pessoas e promovendo seus próprios interesses às custas do sistema, como parasitas.
No entanto, a longo prazo, nossa reputação sempre dependerá de como tratamos os outros, especialmente quando não temos nenhuma razão externa para sermos legais. Exercer uma boa cidadania no ambiente de trabalho é um ingrediente-chave para o sucesso profissional, e ser considerado alguém agradável de se lidar é um indicativo forte e consistente de que você será bem avaliado por seus superiores.
a longo prazo, nossa reputação sempre dependerá de como tratamos os outros.
Independentemente de estilo e personalidade, sempre há oportunidades para melhorar o comportamento no trabalho. A seguir, destacamos algumas recomendações simples e com respaldo científico:
Ouça mais: como sugerem pesquisas acadêmicas recentes, quanto mais você ouve as pessoas, mais elas confiam e gostam de você. Ouvir mais também aumenta sua eficiência como líder. Melhorar a habilidade de escuta é mais fácil do que parece: cale a boca, preste atenção no que os outros dizem e repita.
Ajude os outros a se capacitarem: os melhores líderes geralmente são ótimos treinadores de talentos. A mesma coisa vale para colegas e funcionários. Se fizer um esforço para entender os outros e fizer o que puder para melhorar seu desempenho e atingir todo o seu potencial, eles ficarão gratos e você acabará aproveitando suas próprias habilidades de liderança.
Evite a bajulação exagerada ou falsa: embora bajular possa ser muito eficaz, seus gestos precisam ser percebidos como genuínos. Em outras palavras, quer você queira ou não, precisa ser considerado “autêntico” pelos outros, ou o tiro sairá pela culatra. Você deve se comportar de forma honesta.
Evite discussões desnecessárias: discussões fora do tom respondem por boa parte dos conflitos no ambiente de trabalho e são o principal fator que prejudica a colaboração e a eficácia de uma equipe. Geralmente, as pessoas se preocupam mais em ter razão do que em manter o respeito. Mas as duas coisas não precisam ser incompatíveis. Embora um grau saudável de conflito, em discussões ponderadas, seja fundamental, é aconselhável escolher suas batalhas com sabedoria.
Seja mais tolerante: a empatia – a capacidade de ver as coisas da perspectiva de outras pessoas e de realmente se preocupar com elas – geralmente é associada à gentileza no local de trabalho, mas não é suficiente. Na verdade, a coincidência entre empatia e comportamento pró-social é de apenas 9%. Além disso, ninguém deveria precisar estabelecer uma conexão emocional com alguém para tratá-lo bem e exercer a bondade racional.
As pessoas se preocupam mais em ter razão do que em manter o respeito. Mas as duas coisas não precisam ser incompatíveis.
As iniciativas de diversidade, inclusão e pertencimento passam uma boa mensagem quando nos pedem para não apenas tolerar, mas abraçar e celebrar os outros. Acontece que os seres humanos não são pré-programados para a diversidade. É exatamente por isso que somos muito mais propensos a simpatizar com pessoas que compartilham nosso gênero, idade, raça e nacionalidade.
A melhor maneira de construir uma cultura inclusiva é tratando os outros com respeito, especialmente quando você não os compreende ou não concorda com eles. Essa fórmula simples funciona há milênios: posso ser incapaz de amar meu próximo, mas, mesmo assim manter minha gentileza e cordialidade, deixando para reclamar dele em casa.
Da mesma forma, não espero que todos os meus colegas realmente gostem de mim. Desde que eles me tratem bem, podem reclamar à vontade de mim em suas casas – especialmente se eu nunca descobrir.
As recomendações acima estão longe de ser novidade, mas poucas pessoas as praticam. As pressões do trabalho e da vida, combinadas com uma época que promove uma mentalidade egocêntrica e até narcisista, fazem com que muita gente esqueça o quão importante é tratar bem as pessoas, embora estejam perfeitamente cientes do quanto gostam de ser bem tratadas.