Que tal um assistente pessoal de IA esperto, leal e totalmente encriptado?

Possível concorrente da Apple Intelligence roda diretamente no seu celular e acessa apenas os dados pessoais que você autorizar

Crédito: This Is Engineering/ Pexels/ Freepik

Sam Becker 3 minutos de leitura

A preocupação com a privacidade dos dados pessoais nunca foi tão grande. Cada vez mais, as pessoas querem saber para onde suas informações estão indo, como estão sendo usadas e se há formas de protegê-las – especialmente ao utilizar tecnologias como mecanismos de busca e assistentes de inteligência artificial.

Nos últimos anos, diversas IAs surgiram no mercado – entre elas, o Copilot, da Microsoft, e o Llama, da Meta. Com isso, enormes volumes de dados dos usuários passaram a ser coletados para treinar os modelos dessas empresas.

Para alguns, isso não é um problema, mas muita gente gostaria de ter mais controle sobre suas informações. É justamente aí que entra a PIN AI, uma startup que aposta em um caminho diferente.

A empresa acaba de lançar um assistente pessoal com um modelo de IA próprio que funciona como uma “rede de inteligência personalizada” – ou simplesmente PIN (sigla para “personalized intelligence network”).

A grande diferença é que o PIN AI roda diretamente no celular do usuário e acessa apenas os dados que ele autorizar. Integrando informações de outros aplicativos e plataformas, o assistente oferece respostas e insights altamente personalizados. Em muitos aspectos, a tecnologia se assemelha à Apple Intelligence.

Para os fundadores da PIN AI, isso é essencial, já que as ferramentas de inteligência artificial representam a próxima grande revolução digital.

“Os produtos de IA estão se tornando a interface universal para acessar serviços online”, diz Davide Crapis, cofundador da empresa ao lado de Bill Sun e Ben Wu. “Eles são uma nova forma de acessar a internet.”

INTELIGÊNCIA REALMENTE PERSONALIZADA

Mais do que um diferencial, a personalização é um fator decisivo, tanto para garantir privacidade quanto para oferecer informações realmente úteis.

Se o usuário permitir, o PIN AI pode se conectar ao Gmail, redes sociais, aplicativos bancários, mensagens e histórico de navegação. Com base nessas informações, ele gera respostas altamente personalizadas – algo que poucas ferramentas de IA no mercado conseguem fazer.

Enquanto a maioria dos modelos utiliza enormes volumes de dados coletados na internet para treinar seus sistemas e gerar respostas genéricas, o PIN AI trabalha exclusivamente com as informações que o usuário escolhe compartilhar.

Crédito: PIN AI

Isso permite interações mais intuitivas. Se o usuário disser: “compre um presente de aniversário para minha mãe”, o aplicativo vai analisar mensagens anteriores e outros dados para sugerir um presente adequado, encontrar o melhor preço e realizar a compra automaticamente.

Outro exemplo: se o usuário perguntar “posso comprar um carro novo?”, o assistente vai analisar suas contas bancárias, identificar os modelos que fazem sentido para seu perfil, verificar suas preferências de cor e opções de financiamento e, por fim, dar uma resposta clara – além de sugerir concessionárias próximas com veículos compatíveis.

Naturalmente, a ideia de conceder tanto acesso a um assistente de IA pode gerar preocupações. Para garantir segurança, o PIN AI foi desenvolvido com protocolos de blockchain e criptografia avançada. Isso significa que, mesmo em caso de perda do celular, os dados continuarão protegidos.

A RECEPÇÃO ENTRE OS PRIMEIROS USUÁRIOS DO PIN AI

Desde o lançamento da versão de testes, o aplicativo já conquistou cerca de dois milhões de usuários – quase todos por indicação boca a boca e por meio de uma comunidade ativa no Discord, segundo Bill Sun, um dos cofundadores da empresa.

Mais do que um diferencial, a personalização é um fator decisivo para garantir privacidade.

O modelo de negócios do PIN AI não envolve cobrança direta. A monetização acontece dentro de um marketplace de IA, onde diferentes aplicativos e serviços pagam uma taxa para interagir com a plataforma.

Com o lançamento oficial, a equipe espera atrair ainda mais usuários, aprimorar a tecnologia e entender melhor seu posicionamento no mercado em relação a outras ferramentas de inteligência artificial.

“No fim das contas, o mais importante é garantir que o usuário tenha controle total sobre seus dados”, diz Crapis. “E com o PIN AI, ele tem esse controle.”


SOBRE O AUTOR

Sam Becker é escritor e jornalista freelancer que mora perto da cidade de Nova York. Ele é natural do noroeste do Pacífico, se formou ... saiba mais