O LinkedIn se tornou uma verdadeira mina de ouro para criadores de conteúdo
Antes conhecido por ser uma plataforma de empregos, o LinkedIn agora está repleto de relatos, dicas de carreira e parcerias com marcas famosas

O LinkedIn não é mais um lugar apenas para quem busca emprego ou para recrutadores – a plataforma está se transformando em um ponto de encontro para influenciadores que estão mudando a forma como os profissionais se conectam, compartilham ideias e constroem suas marcas. Mas esses influenciadores do LinkedIn não são aqueles típicos de lifestyle, comuns no TikTok ou no Instagram.
Frequentemente chamados de “influenciadores profissionais”, eles nunca tiveram a intenção de ganhar dinheiro com seu conteúdo. O foco era compartilhar pontos de vista sobre suas áreas, dar dicas de negócios e contar histórias reais de suas carreiras. Agora, eles estão assumindo o protagonismo e revolucionando a plataforma de uma maneira totalmente nova.
Para entender melhor essa tendência, conversei com cinco influenciadores do LinkedIn para descobrir por que essa mudança está acontecendo e o que ela significa para a próxima onda do marketing de influenciadores.
O CAMINHO INESPERADO DOS INFLUENCIADORES DO LINKEDIN
Às vezes, basta uma única postagem para gerar um impacto inesperado. No caso de Jess Ramos tudo começou com uma postagem casual, feita tarde da noite, sobre trabalho remoto, que viralizou e alcançou quase cinco milhões de visualizações. Isso despertou nela a paixão por construir comunidades.

Hoje, com 212 mil seguidores no LinkedIn, Ramos é fundadora da Big Data Energy e analista de dados sênior na Crunchbase. “Nunca planejei ser uma criadora de conteúdo ou uma ‘LinkedInfluencer’”, ela conta. Mas, ao longo do tempo, seu nicho surgiu de forma natural e seu público foi crescendo gradualmente.
A jornada para se tornar um influenciador no LinkedIn geralmente começa de forma inesperada, já que os criadores chegam à plataforma por motivos variados.

Ruben Hassid,influenciador no LinkedIn com 433 mil seguidores e uma das principais vozes em IA, estava passando por um momento difícil depois que seu sonho de sucesso na indústria musical não deu certo. “Depois de semanas de desilusão, tomei uma decisão ousada: postar no LinkedIn durante 30 dias seguidos. Graças a Deus, eu fiz isso”, conta Hassid.

Melissa Grabiner, considerada a principal criadora de conteúdo de RH nos EUA, com 400 mil seguidores, encontrou sua paixão em apoiar pessoas em busca de emprego. “Uso o LinkedIn para oferecer conteúdo inteligente e inspirador, motivando aqueles que mais precisam de ajuda”, afirma.

Adam Broda, que tem 423 mil seguidores, percebeu uma lacuna nos conselhos compartilhados por influenciadores do LinkedIn, observando que muitos vinham dos recrutadores. Com 11 anos de experiência como gerente de contratação e fundador da Broda Coaching, ele decidiu trazer uma perspectiva diferente.
“Queria trazer mais ideias sob o ponto de vista de um gerente de contratação”, explica. “No início de 2020, comecei a postar três vezes por semana. Depois de alguns meses de crescimento constante, percebi que o LinkedIn seria a chave para abrir novas oportunidades – e eu estava certo.”
Não é segredo que o LinkedIn é mais formal e profissional do que outras plataformas de mídia social, o que faz com que influenciadores que fogem do padrão se destaquem. “O que está funcionando é ser minha versão autêntica, sem filtros e um pouco fora da caixinha”, revela Ramos.

“O LinkedIn se tornou um verdadeiro lar para um novo tipo de criador”, confirma Kaya Yurieff, uma das principais vozes do LinkedIn e líder da seção sobre economia criativa no "The Information".
Ela destaca que profissionais com empregos em tempo integral em áreas como marketing ou contabilidade estão cada vez mais usando a plataforma, acrescentando que ainda é um ‘espaço em aberto’ com relativamente pouca concorrência.
TRANSFORMANDO INFLUÊNCIA EM RENDA
Embora a plataforma atualmente não tenha opções integradas de monetização, como os anúncios do YouTube, influenciadores do LinkedIn estão encontrando formas inovadoras de gerar receita, como parcerias com marcas, cursos online, serviços de coaching, comunidades pagas, newsletters e palestras, entre outras.
Parcerias e acordos de embaixadora de marcas são as formas como Grabiner monetiza a marca que construiu, ganhando mais de US$ 50 mil por meio dessas colaborações. Ela também fundou uma pequena empresa para ajudar pessoas a revisar currículos, a otimizar perfis no LinkedIn e a se preparar para entrevistas – tudo graças à sua marca pessoal criada com conteúdo.
A jornada para se tornar um influenciador no LinkedIn geralmente começa de forma inesperada
Depois de fechar várias parcerias, alguns influenciadores do LinkedIn estão começando a lançar seus próprios negócios, para além do coaching. Hassid começou com parcerias com marcas, fechou mais de 50 contratos e ganhou quase US$ 1 milhão. Ele também vendeu mais de três mil cursos digitais no Gumroad.
Virar coach não é novidade, mas Broda também lançou um negócio de coaching individual e, entre 2020 e 2023, trabalhou com quase 160 clientes, gerando mais de US$ 100 mil em receita dedicando a esse trabalho de cinco a 10 horas por semana.
O florescimento de influenciadores no LinkedIn representa uma mudança significativa na economia criativa. Ao compartilhar pontos de vista sinceros, esses criadores de conteúdo estão transformando a plataforma de um tradicional site de busca de empregos em uma “rede social dos profissionais”.