5 habilidades do pôquer que vão ajudar na próxima entrevista de emprego

A maneira como você se comporta em uma entrevista de emprego é parecida com a forma como um jogador profissional de pôquer encara a mesa

paralelo entre entrevista de emprego e jogo de pôquer
Crédito: Fast Company Brasil

Stephanie Vozza 4 minutos de leitura

Com o aumento do número de candidatos em alguns setores da economia, você provavelmente vai enfrentar uma competição mais acirrada por vagas. Isso torna o  processo de entrevista de emprego ainda mais importante.

A forma como um candidato deve encarar a busca por um emprego é semelhante à forma como um jogador de pôquer profissional encara a mesa de jogo, diz Jamie Wall, analista de cassinos e especialista em linguagem corporal do Gamblizard, um site que avalia cassinos online e suas ofertas.

"Ambos estão em situações de risco elevado, ambos seguem regras formais, têm objetivos claros e trazem algumas ‘cartadas’ iniciais. No pôquer, o que você precisa é lidar da maneira certa com as cartas. Em uma entrevista de emprego, é a sua experiência que precisa ser apresentada de forma estratégica."

Tanto no pôquer quanto nas entrevistas, a sorte pode ter seu papel, mas o sucesso depende principalmente das suas habilidades e da sua capacidade de "ler" as outras pessoas, diz Wall.

Assim, antes de partir para sua próxima entrevista de emprego, aprenda essas dicas inspiradas no pôquer que podem ajudá-lo a se destacar entre os outros candidatos.

1. Aprenda a ler os sinais

Na mesa de pôquer, os jogadores tentam ler as expressões de seus oponentes para poder ajustar seu jogo. No processo de entrevista, o objetivo é criar uma conexão com a pessoa que está te entrevistando, ajustando sua energia e gestos.

Wall recomenda "ler os sinais" prestando atenção nas pistas não-verbais – expressões faciais, postura, movimentos e contato visual real – que podem ajudar a ajustar seu próprio comportamento.

Se a sua entrevista de emprego for por vídeo, Wall sugere procurar microexpressões – movimentos faciais involuntários que podem revelar os verdadeiros pensamentos de alguém. Por exemplo, sobrancelhas levantadas podem indicar que o entrevistador se surpreendeu com sua resposta. Você pode usar isso como um sinal para fornecer mais informações.

2. Mantenha uma expressão neutra

Você pode achar que manter uma expressão enigmática (a famosa poker face) significa ficar sem expressão nenhuma. Na verdade, o segredo é saber controlar suas emoções em situações de alta pressão.

Essa é uma habilidade que você pode praticar com amigos, tentando manter um rosto sério enquanto participa de um debate acalorado, quando a vontade de deixar as emoções transparecerem for grande.

Em uma entrevista de emprego, é a sua experiência que precisa ser apresentada de forma estratégica.

Em uma entrevista, uma expressão neutra é útil durante perguntas difíceis ou inesperadas. Por exemplo, em vez de apertar os lábios nervosamente, olhar para baixo ou murmurar, mantenha contato visual firme, faça uma pausa e responda com um tom calmo para passar confiança.

"Você não precisa manter uma expressão neutra o tempo todo. Sorria e se conecte de forma autêntica quando sentir que é o momento certo. A expressão neutra é só uma ferramenta para te ajudar a manter a compostura quando mais importa", diz Wall.

3. Use a estratégia "check-raise"

No pôquer, o "check-raise" acontece quando um jogador começa com uma jogada fraca e depois surpreende o oponente com uma jogada forte. Ele pode igualar as apostas nas primeiras rodadas para manter os outros na partida e, no final, dar o "all-in".

Você pode usar essa estratégia nas entrevistas, diminuindo o destaque das suas competências em áreas onde se destaca. Isso geralmente faz o entrevistador querer saber mais, dando a você chance de apresentar uma resposta bem preparada e impressionante que chame a atenção.

"O principal perigo dessa estratégia é segurar informações que poderiam ser fundamentais para a tomada de decisão", ele explica. "Para minimizar os riscos, retenha apenas informações que já estão no seu currículo e sempre deixe uma abertura para se aprofundar, como ‘uma coisa que eu também gostaria de destacar é...’"

4. Blefe (quando for apropriado)

O blefe é uma técnica comum no pôquer. Por exemplo, quando um jogador tem uma mão forte, ele pode apostar bastante, mas, de vez em quando, pode também blefar, fazendo uma grande aposta com uma mão fraca para confundir os demais.

Você também pode blefar em uma entrevista de emprego. Embora não deva mentir descaradamente, é possível "dar uma lustrada" ou reformular a narrativa sobre suas habilidades e conhecimentos, partindo de uma base verdadeira.

paralelo entre jogo de pôquer e entrevista de emprego
Crédito: Pexels

Se perguntarem sobre sua proficiência em uma habilidade que você ainda está aprendendo, Wall sugere dizer: "sou rápido para aprender novas habilidades, como eu fiz com X [habilidade relacionada]". Isso demonstra disposição e flexibilidade, mantendo a conversa positiva enquanto destaca seus pontos fortes.

Um blefe idiota seria fazer um movimento radical que não combina com a sua história. "Nunca blefe sobre habilidades técnicas, diplomas ou grandes conquistas que podem ser facilmente verificadas ou que são essenciais para a vaga", diz Wall.

"Mas, quando se trata de coisas como motivos para deixar um emprego anterior, lacunas no seu currículo ou por que está se candidatando àquela vaga, uma pequena dose de criatividade na narrativa pode ser aplicada a seu favor."

5. Faça sua última aposta no fim da entrevista de emprego

No final da entrevista, Wall recomenda que você faça sua última aposta. "Assim como a última aposta no pôquer pode ganhar o jogo, terminar sua entrevista com uma boa impressão pode aumentar suas chances", ele aconselha.

"Mostre entusiasmo e reforce seu valor dizendo algo como: ‘obrigado, eu realmente gostei da entrevista. Embora esteja  explorando outras opções, essa se destacou.’ Isso demonstra que você está comprometido, confiante e ciente do seu valor."

Às vezes, as cartas saem a seu favor, e às vezes seu "oponente" vence. A chave para conseguir aquele próximo emprego é continuar jogando.


SOBRE A AUTORA

Stephanie Vozza escreve sobre produtividade e carreira na Fast Company. saiba mais